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ESCOVAS CONVENCIONAIS




Produzido por: 
Ana Clara Morais
Ana Claudia A. Pereira
Anna Gabriela Xavier
Anna Louise
Atany  Farias
Bianca Florêncio
Brenda Pacheco
Bruna Galvão
Camila Lins
Cláudio Humberto



Ao longo da história a humanidade vem desenvolvendo práticas e cuidados que, em conjunto com a tecnologia da época, constituem uma cultura. No que concerne à higienização dentária é possível encontrar provas históricas que nos remetem a 3.500 anos A.C. onde, na Babilônia, se utilizavam palitos de ouro com esta finalidade. Porém, achados em tumbas egípcias e etruscas também mostram que pedaços de gravetos e/ou ramos eram esfregados nos elementos dentários para promover a remoção de resíduos alimentares. Em 3000 A.C. Hesi-Ré, o primeiro cirurgião-dentista da história, aconselhava o uso dos dedos para a limpeza dos dentes. Além desses exemplos encontramos muitos outros dispersos na linha temporal: os chineses utilizavam uma haste de madeira macia (datuna) que através da mastigação promovia a limpeza, Aristóteles preferia uma toalha áspera de linho fino, entre outros exemplos que denotam a preocupação humana com a higiene bucal. 
O uso da escova dental propriamente dito iniciou na China, durante a dinastia Tang (618-907), onde se utilizava um cabo de bambu com cerdas naturais, a partir de 1778 TODESCAM cita que se utilizava como cerdas: pelo de porco e crina de cavalo,e o cabo era confeccionado com osso bovino ou marfim. As cerdas acrílicas só forma introduzidas em 1938. Desde então, as escovas dentais sofreram notável evolução e figuram no mercado consumidor nas mais diversas formas, tamanhos e desenhos.


CARACTERÍSTICAS IDEAIS

Em 1920, a Academia Americana de Periodontia definiu como sendo escova ideal aquela que apresentasse as seguintes características:

  1. Comprimento: 152,4 mm por 31,75 mm;
  2. Altura das cerdas entre 6,35 e 9,53;
  3. 3 x 3 tufos com cerdas duras e arredondadas.
Em 1948, Bass, autor americano, estudando as características das escovas dentárias definiu características ideais para a escova dentária, levando em consideração a eficiência em remover placa bacteriana sem causar danos aos tecidos gengivais. As características foram as seguintes:

  1. Cerdas artificiais com cabo reto;
  2. 3 x 6 fileiras de tufos (86 cerdas em cada fileira);
  3. 0,18 mm de diâmetro;
  4. Altura de 10, 318 mm;
  5. Comprimento de 152,4 mm.
De modo geral, nota-se mudanças nas características das escovas no decorrer do tempo, porém mesmo que elas sejam diferentes há um objetivo em comum que é a remoção da placa bacteriana. É importante salientar que essa remoção também depende de outros fatores: hábitos alimentares, frequência de escovação, resistência individual e composição da microbiota bucal.
Concluindo, podemos afirmar que as características ideais que uma escova deve apresentar são:

  1. Cabeça pequena (nº 30-35);
  2. Cerdas macias ou moles com pontas arredondadas permitindo a higienização dos dentes sem desgastá-los e da gengiva sem machucá-la;
  3. Disposição de tufos em 3 a 4 fileiras, concentrados com seis tufos de cerdas cada uma (85 cerdas cada tufo). Atuando mais eficazmente na limpeza dos sulcos e nas regiões interproximais;
  4. Haste (cabo) reto e anatômico, adaptando-se adequadamente à mão. As pontas das cerdas devem estar na mesma altura e o comprimento total da escova deve ser de 15 cm com largura de cerca de 11 mm.
Cerdas duras podem provocar retração da gengiva e abrasão seguida de sensibilidade dentinária. A durabilidade de uma escova está relacionada com o seu diâmetro, bem como com suas cerdas. Aquelas macias e extra-macias tem um tempo de duração menor do que escovas com cerdas médias ou duras. Quando as cerdas começam a abrir-se há diminuição crescente de sua efetividade na limpeza dentária. O diâmetro é importante pois estudos demonstram que melhores resultados são alcançados com escovas de 0,17 mm de diâmetro.

HIGIENE BUCAL EM CRIANÇAS

Dedal para Bebês
A higienização bucal deve ser iniciada ainda na fase de lactente, mesmo nos casos em que o bebê não possua dentes erupcionados, desta forma, esta higienização é realizada por um adulto responsável, que utiliza gaze ou uma fralda (específica só para a limpeza bucal) embebidas com água filtrada. Outro meio de realizar essa limpeza é quando o  adulto responsável  utiliza um dedal de borracha para limpar o dorso lingual e massagear a gengiva. 
Após a erupção dos primeiros dentes decíduos, entre o sexto e nono mês, deve-se adotar a escova infantil que deve apresentar cabeça pequena e anatômica, cerdas arredondadas e ultra-macias, cabo espesso e fácil de segurar. Nessa fase do desenvolvimento humano é que os hábitos são mais facilmente consolidados, por isso aconselhamos associar alguns momentos do dia com a escovação: após o café matinal, após o almoço, após o banho, após o jantar e antes de deitar. Dessa forma a criança criará um hábito que provavelmente levará para sua vida adulta, é necessário portanto associar e supervisionar ou até mesmo realizar a escovação caso seja necessário. 

HIGIENE BUCAL PARA JOVENS


Considera-se para este fim as pessoas com idade entre 7 e 14 anos, quando a monitorização da escovação por um adulto não deve ser mais necessária. A escova deve apresentar cabeça pequena e oval, cerdas macias ou extra-macias e um cabo ligeiramente flexível.






HIGIENE BUCAL PARA ADULTOS

Os adultos devem ter preferência por cerdas macias ou extra-macias, cabo anatômico e cabeça pequena. A cabeça pequena é importante principalmente quando se realiza a escovação de dentes posteriores, pois conseguem alcançar os último molares mesmo com o espaço intra bucal diminuído em detrimento da bochecha. 




CLASSIFICAÇÕES E INDICAÇÕES DAS CERDAS

  1. Cerdas ultra-macias : escovação em áreas feridas, descamadas, sensíveis ou recém-descamadas;
  2. Cerdas macias : mais indicadas pois previnem lesões gengivais e promovem adequada higienização;
  3. Cerdas médias : boa opção para fumantes pois removem as manchas ocasionadas pelo alcatrão;
  4. Cerdas duras : usadas na escovação de próteses, são contraindicadas para os dentes naturais pois seu uso causaria desgaste dental e lesões gengivais podendo ocasionar inclusive retração deste tecido.
ESCOVA ECOLÓGICA

Confeccionada a partir de bucha vegetal e utilizando bambu para suporte, a escova ecológica demonstrou através de estudos que é tão eficaz na remoção da placa bacteriana quanto as escovas convencionais industrializadas. É uma excelente alternativa para os indivíduos com renda familiar baixa. Ainda hoje é possível encontrar em diversos lugares do país famílias que fazem uso da chamada escova coletiva, onde todos utilizam a mesma escova para higienização bucal. Neste contexto, de pobreza, é interessante que o cirurgião-dentista intervenha através do ensino das técnicas de escovação e da confecção da escova ecológica, visto infelizmente ainda não ser possível, através do SUS, doar uma escova para cada pessoa respeitando o intervalo de troca das mesmas. Concluindo, a escova ecológica é uma ferramenta que pode e deve ser utilizada para complementar as ferramentas que o SUS oferece para a saúde bucal nas comunidades, através da Estratégia de Saúde da Família.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As escovas dentais sofreram intensas modificações no decorrer dos séculos, melhorias que aumentaram sua performance e fizeram dela o principal instrumento na prevenção da cárie e doença periodontal. No curso da história nunca foi tão acessível quanto atualmente, tendo sido inclusive objeto símbolo de riqueza no passado. 
O cirurgião-dentista deve cumprir seu papel de promotor da saúde através de várias frentes e uma delas é a prescrição da escova correta para cada fase da vida de seu cliente. A informação correta, compromissada e a monitorização acerca da escovação é a chave para uma população mais saudável e com menos problemas periodontais e de destruição dentária. Por isso, convém que todos, profissionais e leigos, conheçamos as características ideais e possamos assim discernir durante o ato de aquisição da escova que iremos utilizar. Além disso, faz-se mister intentar para o tempo de validade que a escova terá, podendo este variar de acordo com a frequência de uso e com o tipo de cerdas que possui, indo desde 1 mês até 3 meses, quando sofre declínio em sua eficácia e deverá ser substituída. 
Desejamos que as informações aqui contidas sejam úteis e frutifiquem nos hábitos e nas instruções que os leitores venham a desenvolver e fornecer. Ficamos gratos por sua leitura.




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